Levantamento elaborado pelo Centro de Tecnologia de Edificações (CTE), em parceria com a ABRAINC, com 27 empresas do setor de construção e imobiliários, que o tema ESG passou a integrar a pauta dos investidores e dos líderes de empresas da área. O estudo mostra que entre as ações estão políticas e iniciativas em áreas como empresas do setor como preservação da biodiversidade, promoção da eficiência energética e metas de redução dos gases de efeito estufa
Do total de empresas consultadas, 71% declararam que já cumprem diversas ações de ESG e outras 29% estão em fase inicial de implementação. O estudo ainda traz a percepção dos entrevistados a respeito do trabalho que vem sendo desenvolvido. Das incorporadoras e construtoras ouvidas, 88% delas relataram como bons os processos ambientais em uso e afirmam adotar de forma progressiva sistemas e tecnologias que causem menor impacto ambiental em suas ações.
Há também entre elas uma busca cada vez maior pela obtenção da certificação NBR ISO 14.000 (norma internacional sobre gestão ambiental com orientações sobre auditorias ambientais, avaliação do desempenho ambiental e análise do ciclo de vida dos produtos), que garante às incorporadoras e empresas do setor a redução dos custos de produção, melhora da imagem pública delas e o aumento na eficiência e eficácia dos serviços.
O levantamento destaca também temas relacionados ao campo social e constata que 81% das empresas atuam de forma consciente e atuante no tema diversidade, equidade e compromissos voltados para as comunidades em que elas atuam.
Segundo a CTE, empresa líder no movimento de consultoria em sustentabilidade da construção, o movimento ESG, se soma à jornada que já vêm sendo implementada pelas empresas da cadeia produtiva da construção no campo das certificações da qualidade: ISO 9001 e PBQP-H e das certificações ambientais dos empreendimentos, que hoje adotam vários modelos e referenciais nacionais e internacionais.
De acordo com Roberto de Souza, CEO do CTE, os investidores, os fundos imobiliários e os bancos, cada vez mais, vão priorizar as empresas que adotem em sua gestão os princípios e práticas ESG de responsabilidade ambiental, social e governança.
“Todo o cenário futuro do mercado imobiliário e da construção no Brasil estará marcado por essa tendência de valorização da sustentabilidade e das práticas ESG. O movimento ESG é um caminho sem volta!”, disse.
Para a ABRAINC, o setor da incorporação imobiliária trabalha há mais de uma década na busca por soluções cada vez mais sustentáveis e que exemplos dentro da incorporação imobiliária não faltam, sendo o crescimento das certificações green building no Brasil um deles. E, ciente do peso do ESG no futuro da construção civil, o CTE e a ABRAINC decidiram elaborar o e-book “ESG na Prática”.
Luiz França, presidente da ABRAINCA, avalia que a adequação aos princípios do tema vem se tornando um ponto crucial na visão de investidores e dos principais players da incorporação e, quanto antes o setor se adequar à nova realidade, mais fácil será para se manter à frente das novas tendências.
“Os benefícios do ESG também ajudam empresas a melhorar seu negócio, aumentando a produtividade, a eficiência nas etapas construtivas e a captação de novos clientes e investidores”, explica o executivo.
Na avaliação dele, as lideranças empresariais do setor estão em busca de caminhos para viabilizar a construção de agendas estratégicas ESG, que indicam um caminho de aceleração nas transformações desejadas. Os passos neste campo são cada vez mais largos, pois a associação, inclusive, se tornou signatária no Pacto Global da ONU (Organização das Nações Unidas), durante a última edição do Incorpora 2022, cujo objetivo foi demonstrar que as preocupações com as questões ambientais, sociais e de governança têm crescido cada vez mais no setor imobiliário com a busca de certificações verdes e imóveis cada vez mais sustentáveis.
“No âmbito da incorporação imobiliária, as associadas ABRAINC já lideram práticas ESG na construção civil, e o compromisso com a sustentabilidade tem crescido bastante nos últimos anos. Exemplos na área não faltam, mas o importante é o entendimento de que consumidores e investidores buscam cada vez mais empresas sustentáveis e que esse é sim um diferencial competitivo e vai ajudar a definir os vencedores no futuro”, finaliza Luiz França.