Tenho ouvido cada vez mais entre empresas contratantes e prospects de que a criatividade é artigo raro no PR. Que por algumas vezes falta ousadia nas propostas estratégicas e que as ideais vão se reciclando de um plano a outro, até que adquirem uma roupagem um pouco diferente e finalmente são aprovadas.
Não é fácil ser criativo. Não se nasce criativo – tornar-se um. Falamos muito aqui na Imagem Corporativa sobre ampliar repertório e como esse hábito nos leva a pensar de forma mais abrangente, fazer conexões pouco comuns e então trazer um insight matador, com potencial para mexer o ponteiro nos negócios do cliente.
Indico uma leitura ótima chamada Non-Obvious Mega Trends – How to See What Other Miss and Predict the Future (Rohit Bhargava, 2020). Fala sobre a urgência de ter insights menos óbvios e então chegar a uma big idea que de fato faça jus a esse nome.
A proposta da obra é audaciosa e Bhargava, que já foi perfilado pela Fast Company, GQ e New York Times e é best-seller das edições compiladas Wall Street Journal, orienta sobre como mudar o mindset para, de fato, saltar de patamar em termos de criatividade. Os 5 mindsets dos pensadores não-óbvios são, segundo ele:
- Seja observador – e veja o que os outros perdem
- Seja aparentemente aleatório – reúna referências variadas para depois pensar sobre elas
- Seja elegante – e desenhe suas ideais de forma simples, mas requintada
- Seja um ser pensativo – e dedique tempo para isso
- Seja curioso – sempre questione o porquê das coisas
Nossos brainstorms têm mudado muito nos últimos tempos. Não falamos de Saúde apenas com que trabalha ou trabalhou em Saúde ou não deixamos de fora de uma reunião sobre pet care quem trabalha com Finanças. Entendemos que as pessoas são holísticas e não é porque determinada pessoa trabalha com um mercado hard, que ela não se derreta e saiba tudo de adoção animal. Com alto grau de escuta ativa, coletamos percepções, saímos nas ruas, na tentativa de buscar ideias incríveis e executáveis que encantem o cliente.
Pessoas criativas têm interesses pouco comuns, observam muito, transitam em assuntos diversos (Psicanálise, Nutrição, Teologia, Economia, Letras, Games, Samba) e esse caldeirão de conhecimento aleatório abre espaço para insights genuínos e muito ricos – os chamados insights fora da caixa.
Pessoas criativas perguntam bastante – e por isso nós nos esforçamos para esgotar ao máximo um assunto com o cliente, para que nenhum detalhe de sua operação (ou de se produto) passe desapercebido. Às vezes uma etapa relativamente trivial de uma linha de produção é tudo o que uma TV precisava para levar ao ar uma pauta maior sobre todo um segmento. Nos dedicamos à imersão, pois conhecer profundamente o cliente é chave para uma entrega assertiva.
Por fim, criatividade exige tempo – esse sim um artigo raríssimo nos dias de hoje. Trata-se de um esforço individual de quem deseja ir além da execução e tornar-se um especialista em ideias, um verdadeiro criativo.
Atenta ao que acontece no mundo, de olho nos talentos internos — seus hábitos, hobbies e conhecimentos diversos – e conectada com a realidade dos seus clientes. Assim é a agência verdadeiramente criativa que procuramos ser para o mercado.