Chuvas no Rio Grande do Sul: a repercussão no Brasil e no mundo

09 de maio de 2024
IC

Quinta-feira, 9 de maio de 2024.

Impossível não termos sido impactados por imagens, histórias e debates sobre a tragédia ambiental que assola novamente o estado do Rio Grande do Sul. São mais de 66 mil desabrigados, 128 desaparecidos e 372 feridos, sem contar mais de 1,45 milhão de pessoas afetadas por algum efeito adverso, como enxurrada, enchente, inundação, deslizamento ou desmoronamento. Mais de 85% das cidades gaúchas foram afetadas, e o estado segue em situação de calamidade pública. Esta é uma das maiores catástrofes climáticas já registradas na história do Brasil.

A controvérsia em torno das causas do desastre — mudanças climáticas, negligência das autoridades, ausência de planejamento – alimenta as conversas na imprensa e no ambiente digital. Governo, empresas, entidades da sociedade civil e personalidades solidarizaram-se e, com a força das redes sociais, mobilizaram os brasileiros para doar alimentos, roupas, materiais de higiene e limpeza e recursos para amenizar o impacto aos atingidos pela tragédia. A pesquisa sobre onde e o que doar cresce sensivelmente. A repercussão alcançou rapidamente todo o mundo, chegando a governantes, personalidades e empresas das grandes potências econômicas.

Este documento traz uma visão da repercussão da tragédia na mídia no Brasil e no Exterior, além das redes sociais.

As “enchentes no Rio Grande do Sul” geraram mais de 40 mil menções nas plataformas digitais entre os dias 26 de abril e 9 de maio. Desde que a tragédia foi anunciada, o gráfico tem sido crescente, com ligeiras quedas aos finais de semana e equilíbrio entre os dias 7 e 8 de maio, quando atingiu cerca de 9 e 10 mil menções diárias. Para hoje (dia 9), a tendência ainda é de aumento nas menções.

O volume de menções é alto, mas muito inferior às menções relacionadas ao show de Madonna no Brasil que totalizaram mais de 200 mil no mesmo período. O aniversário de 30 anos de morte do piloto de F-1 Ayrton Senna, no entanto, ficou apagado, com a marca modesta de 3,4 mil.

A maior parte das citações está concentrada em portais (65%). Em seguida, e empatados, Facebook e X (10%). Instagram está em 3º lugar com 6% de representatividade.

Em relação aos termos relacionados à tragédia, destacam-se com maior proporção: Rio Grande do Sul; Enchentes; Estado; Enchentes no Rio Grande do Sul; Pessoas; Brasil. Em seguida temos: Porto Alegre; Fortes chuvas; Vítimas; Doação; Vítimas das Enchentes no Rio Grande do Sul; Ajuda; Pix; CNPJ; Doações; Momento; Redes Sociais.

Já as buscas que lideram o Google são nessa ordem: 1. Doação; 2. Governo; 3. Barragem; 4. Vítima e 5. Tragédia. Já as pesquisas em ascensão são: 1. Cidades afetadas no Rio Grande do Sul; 2. Mapa das Enchentes no Rio Grande do Sul; 3. Motivo das enchentes no Rio Grande do Sul; 4. O que aconteceu no Rio Grande do Sul e 5. Enchentes Santa Catarina.

Interessante observar que os principais meios de divulgação do assunto foram Hugo Gloss; Alfinetei; Gossip do Dia, à frente inclusive de veículos tradicionais de imprensa, como Portal G1 e GloboNews. Esse dado mostra que o tema não só é de interesse do público geral, como coloca as chamadas novas mídias como importantes multiplicadores de informação.

Outro insight é o engajamento de influenciadores nas campanhas de doação. A publicação com o maior número de interações foi um challenge das tik tokers Vanessa Lopes e Jessica Cardoso. Uma publicação da dupla, realizada no Instagram, alcançou mais de um milhão de curtidas e 9,4 mil comentários.

Autoridades brasileiras, em todas as esferas, usam seus perfis para noticiar em tempo real a mobilização do poder público. Assim, não é apenas a imprensa que noticia, mas o próprio autor, levando a sua mensagem controlada a um enorme número de seguidores.

No dia 2 de maio, o presidente Lula sobrevoou as áreas atingidas juntamente com o governador do estado do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e iniciaram as ações para salvar vidas e criar condições para recuperação do estado.

A primeira-dama Janja Lula da Silva esteve novamente no Rio Grande do Sul, nesta quarta-feira, dia 8 de maio, com uma comitiva de ministros para apurar os estragos causados pelas enchentes provocadas pelas chuvas da última semana e levar donativos. Além de Janja, também seguem ao estado Simone Tebet (Planejamento), representando a equipe econômica do governo, Waldez Góes (Integração) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação da Presidência).

Diante das devastadoras enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul, o governador Eduardo Leite se consolidou como um líder comunicacional. Sua atuação transparente, proativa e empática durante a tragédia o colocou em destaque, não apenas no cenário gaúcho, mas em todo o País.

Muitas celebridades vêm postando campanhas de solidariedade e repercutindo o tema em seus canais proprietários. Fazem do seu poder de alcance e capilaridade um aliado para amplificar a mensagem. Aos que não se posicionam, há fortes críticas.

Fora do País, a repercussão também é relevante…

A maior parte das menções às enchentes no Sul também esteve concentrada em Portais (64%) com um percentual idêntico ao Brasil (65%). Em seguida, Instagram com 14% e YouTube com 13%.

Dos termos relacionados com a tragédia nas plataformas digitais, destacam-se com maior proporção: Sul; Brazil; People; Rio Grande; Southern; Porto Alegre; Least.

Em seguida temos: Civil; Capital; Waters; Homes; Local Authorities; Floods; Death Toll; State.

Nesta tarde, Elon Musk e o Papa Francisco anunciaram doações e iniciativas voltadas ao Rio Grande do Sul.

Até o momento, a notícia reverbera na mídia tradicional, embora tenha alcançado e mobilizado também a comunidade internacional.

A publicação com o maior número de interações e comentários foi da super modelo brasileira radicada nos EUA, Gisele Bündchen, nascida no RS. A publicação, realizada no Instagram que mostra uma foto com antes e depois da inundação em Lajeado, no Rio Grande do Sul, obteve 557,2 mil curtidas e 7,8 mil comentários.

Já a publicação com o segundo maior número de comentários foi do jornal The Sun em seu canal proprietário no YouTube. O vídeo obteve 702 comentários; 2,6 mil likes e 243,2 mil visualizações.

É tendência que o tema ainda perdure na mídia e no ambiente digital por algumas semanas, atingindo a marca de 9-10mil menções diárias. Os desdobramentos possíveis para o tema devem estar voltados à causa dessa tragédia. Passado o momento agudo de resgate das vítimas, chegará a fase de contabilizar as perdas, traçar a reconstrução do estado e encontrar os eventuais culpados.

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