Ártico pode ficar sem gelo no verão nas próximas décadas

9 de junho de 2023
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Um pesadelo que os especialistas do clima temem há muito tempo pode estar cada vez mais próximo: uma temporada de verão em que o Oceano Ártico pode apresentar águas quase totalmente abertas em lugar dos tradicionais e vastos territórios de gelo.

Esse pode ser um cenário comum em futuro próximo, segundo estudo que acaba de ser veiculado pela respeitada publicação científica Nature.

Os especialistas sempre mostraram preocupação com uma diminuição gradativa do gelo flutuante do Ártico, até chegar a níveis mínimos em 2050 como resultado dos gases de efeito estufa. Mas o que faz desse estudo um sinal de alarme é o fato de ele sugerir que mesmo em um contexto de emissões razoavelmente limitadas, que mantenha o avanço do aquecimento do planeta abaixo de 2 graus Celsius estabelecidos pelo acordo do clima de Paris, assinado por 195 países em 2015, as temporadas de verão a partir da década de 2050 podem ser marcadas por um Oceano Ártico sem gelo.

Quanto menor o controle das emissões de gases na atmosfera, maiores os riscos, aponta o estudo. No pior cenário, em que se ultrapasse aquele limite de 2 graus no aquecimento global, poderemos ver o Oceano Ártico sem gelo nos meses de setembro já na década de 2030, ou seja, dez anos antes do que pesquisas anteriores indicavam (setembro é o primeiro mês do inverno no Ártico, que dura até março).

Mais: sem o gelo marinho o continente Ártico pode esquentar mais rápido. Isso seria um complicador porque o gelo brilhante do Ártico envia a radiação solar de volta ao espaço mais do que o próprio gelo do oceano escuro. Em resumo, mais energia solar seria absorvida pela região, aumentando o aquecimento do planeta e o nível dos oceanos mundo afora.

Os autores do estudo publicado na Nature basearam suas conclusões em anos de observações de satélite sobre o gelo do Ártico, comparando a evolução desse panorama a dez modelos climáticos existentes. As imagens de satélite mostraram uma perda mais acentuada no gelo do Ártico do que os modelos climáticos projetados, indicando assim a necessidade de se tratar o tema de forma urgente segundo Nathan Gillett, cientista do clima e um dos autores do estudo.

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