Cinco dicas infalíveis de autogestão e liderança

Raphael Ferrari é gerente de comunicação na IC 29 de novembro de 2022
IC

Não há receita de bolo para um profissional perfeito, se é que existe um. Se estivermos olhando para a liderança de uma empresa, procurar uma fórmula é ainda mais difícil, dado que cada pessoa irá reagir distintamente a estímulos diferentes. Comprometimento, senso de dono, capacidade técnica, olhar estratégico e abrangente, além de uma série de soft skills (habilidades interpessoais) são características que todo gestor ou RH procuram e que podem colocar uma pessoa em um bom caminho para assumir uma posição de liderança. Para os (bons) líderes, ainda é fundamental ter empatia (sim, é a primeira característica a ser mencionada por sua importância, não por acaso), capacidade de instruir outras pessoas e de organizar as coisas, tanto o seu dia a dia quanto o de sua(s) equipe(s). Uma competência fundamental, contudo, é a autogestão.

É preciso deixar claro que não basta o profissional ser capaz de gerir o próprio tempo, entender e atender as responsabilidades que têm com prazo e qualidade para a entrega final da equipe. Para que estas características sejam empregadas de modo efetivo, a liderança deve adotar o modelo de autogestão, concedendo autonomia e possibilitando que cada colaborador tome decisões sobre o próprio trabalho e a forma como alcançará os objetivos determinados para ele. Chega de microgestão.

A pandemia obrigou muitas empresas a avançarem neste caminho, confiando a cada indivíduo a responsabilidade sobre seu tempo e suas tarefas. Ainda bem. Longe de ser algo negativo, a prática tende a estimular a responsabilidade, o aumento da comunicação interna, o espírito de liderança e o tão comentado/desejado senso de dono. Afinal, quando nos sentimos respeitados, vemos que nossas ideias são valorizadas e contribuem diretamente para o resultado do negócio, temos um incentivo direto para fazer mais. Ou, ao menos, foi assim que eu sempre me senti quando tive oportunidade de trabalhar com líderes que me deram liberdade e confiança e que, hoje, invisto em repassar às minhas equipes.

Deixo aqui 5 dicas práticas que procuro empregar cotidianamente:

  1. Defina a regra do jogo – Procure determinar e deixar claro para cada colaborador o escopo de suas atividades, bem como as situações em que você espera ser acionado. A função do líder não é tomar todas as decisões, mas garantir o fluxo.
  2. Delegar, não delargar – Entenda as capacidades técnicas de sua equipe. Delegar é importante. Receber um pedido de um colaborador que quer assumir uma tarefa diferente e ampliar suas capacidades é sensacional. Mas certifique-se de que cada indivíduo tem experiência ou apoio suficiente para realizar suas tarefas com qualidade.
  3. Mantenha o sentimento de equipe – Na vida, muitas coisas funcionam como um pêndulo. Aumentar a capacidade de autogestão pode reduzir a visão de equipe. É papel do líder estimular o olhar para o todo, a troca constante e autêntica. Procure manter um fórum de descompressão onde as pessoas se sintam seguras e acolhidas ao compartilhar desafios. Uma boa comunicação interpessoal é imprescindível para o sucesso do modelo de autogestão.
  4. Confie – Respeite a diversidade e se mantenha aberto para ideias diferentes, ainda que este seja um desafio para você (especialmente se for um desafio). Ainda que sua vivência te permita indicar caminhos eficientes e seguros, deixe espaço para ideias dissonantes. Elas podem gerar resultados muito interessantes e grandes aprendizados.
  5. Lidere – Independentemente do modelo de gestão adotado, um líder deve manter sua equipe motivada e funcional, garantindo a qualidade das entregas. Às vezes, isso significa dizer não, puxar o freio, realinhar expectativas, redistribuir tarefas e determinar o novo curso. Claro, empatia e transparência são fundamentais para fazê-lo com sucesso.

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