As sensibilidades da economia global são consideradas “muito importantes” (45%) ou “extremamente importantes” (31%) para definir o planejamento empresarial para 2026 na América Latina. E o quadro do ambiente geopolítico é fator “muito importante” (42%) ou “extremamente importante” (34%) no processo de formulação de estratégias para 2026 (gráfico 1). Esta forte relevância do cenário internacional no mapa de negócios da América Latina é um dos resultados de levantamento junto a lideranças de 160 organizações de Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, México e Peru durante os meses de agosto e setembro. O trabalho foi realizado pelo PROI Latam Squad, grupo de agências de PR da região que atua de forma integrada no âmbito da rede global PROI Worldwide, presente em mais de 80 países.
Gráfico 1
Quando as perguntas saem do cenário internacional e são direcionadas às condições específicas dos mercados locais o nível de preocupação se revela maior: as variáveis política e econômica são vistas como “extremamente importantes” (51% e 62%, respectivamente) ou “muito importantes” (38% e 32%, respectivamente) pelas empresas quando se trata do estabelecimento de prioridades e estratégias. Nesse particular, as companhias da Colômbia se mostram especialmente sensíveis: em um ambiente político polarizado e de muitos conflitos recentes que já contaminam o período que antecede as próximas eleições presidenciais (abril de 2026), 88% delas consideram o ambiente político do país vetor “extremamente importante”, mesma definição encontrada em 79% das respostas relativas ao cenário econômico. (gráfico 2).
Gráfico 2
Quando o assunto é segurança digital um mercado específico da América Latina se destaca. Enquanto a proteção dos próprios dados é considerada “extremamente importante” por 49% das 160 empresas daqueles sete países a preocupação com o tema atinge 65% no caso das organizações argentinas pesquisadas. Quando se trata da segurança de dados de clientes e parceiros de negócios, 50% das respostas na região como um todo apontam essa variável como “extremamente importante”, enquanto na Argentina esse índice sobe a 60% (gráfico 3).
Gráfico 3

O compromisso em relação a soluções adequadas de inteligência artificial no ambiente corporativo é considerado “extremamente importante” por apenas 28% do conjunto das 160 entrevistadas (maior índice está no Chile, com 36%), e apenas 30% delas faz o mesmo julgamento em relação a capacitação dos colaboradores para o uso de IA (38% no caso do Brasil; gráfico 4).
Gráfico 4

Uma cultura organizacional consistente é preocupação prioritária para 24% das organizações (31% no caso do Brasil), enquanto a busca e preservação de talentos é “extremamente importante” para 26% das organizações (pico de 40% no caso do Chile; gráfico 5).
Gráfico 5

Engajar adequadamente as equipes de trabalho na busca por efetivos resultados de negócios é uma prioridade para 53% do conjunto das 160 empresas, mas esse índice alcança 72% no caso das companhias chilenas. Ao mesmo tempo, garantir criatividade e inovação por parte das equipes é objetivo declarado de 35% das empresas, mas no México e no Chile esse índice é bem maior: 48% (gráfico 6).
Gráfico 6

No capítulo disputa de mercado é limitado o nível de preocupação com o crescimento da competição representado por atores tradicionais somados a chegada de novos players: 24% das respostas mostram que o tema é “extremamente importante”. Outras 30% representam uma visão diferente: 20% consideram o assunto apenas “relativamente importante”, 8% “pouco importante” e 2% “nada importante” (gráfico 7).
Gráfico 7

E em que medida o aumento da competitividade é sinônimo de adoção de novos processos, produtos e tecnologias? A visão de que esse é um caminho totalmente prioritário é compartilhada por apenas 18% das organizações (ainda que outros 60% considerem o assunto “muito importante”). Consideráveis 22% do total atribuem ao tema apenas uma relativa ou pouca relevância.
Ganhar competitividade por meio de novos processos, produtos e tecnologias é “extremamente importante” para apenas 18% das 160 empresas pesquisadas, mas no Chile o índice alcança 28%. (gráfico 8).
Quando o assunto são as alianças de negócios ou processos de fusões e aquisições, os números também são baixos: apenas 8% das empresas consideram esse caminho uma prioridade. O índice mais baixo está no Brasil, com 3%, e o mais alto no Chile, com 16% (gráfico 8).
Gráfico 8

Quando perguntadas a respeito de qual dos temas abordados durante toda a pesquisa o mais importante de todos para influenciar no planejamento dos negócios, a política se destaca: aparece em 20% das respostas, subindo a 33% no caso específico das respostas obtidas na Colômbia (gráfico 9).
Gráfico 9
As questões relativas a ESG e DEI (diversidade, equidade e inclusão) têm especial apelo no Peru. Lá, numa escala de zero a 10, as empresas se declaram na média em nível 8,4 em relação a compromissos com aquelas práticas, seguidas por México e Argentina com 8,2 e 8,0 respectivamente (gráfico 10).
Gráfico 10
A maioria das 160 empresas naqueles sete países concorda que programas integrados de PR, Public Affairs e estratégia digital são relevantes como pilares definidores de reputação e competitividade, mas é no Brasil que existe uma quase unanimidade acerca do tema: 97% das organizações pesquisadas endossam aquela premissa. O número é significativamente mais alto do que o registrado em outros países: apenas 50% das empresas na Colômbia e 58% no México, por exemplo Gráfico 11).
Gráfico 11

