Estudo exclusivo da IC avalia como a imprensa retrata os 12 candidatos à Presidência da República em seus noticiários on-line e redes sociais

20 de setembro de 2022
IC

Análise foi dividida em duas partes. A primeira teve por base dados dos perfis dos principais veículos de imprensa no Facebook, rede social com 116 milhões de usuários  no país. A segunda parte analisou dados auditados pelo Instituto de Verificação de Comunicação (IVC) nos 50 maiores portais online do país

O Brasil é um dos países mais conectados do planeta. Seus mais de 171 milhões de internautas representam 80% da população e só perdem para usuários da África do Sul e das Filipinas em número de horas diárias gastas  na web.

Essa condição é bastante relevante quando se analisa o cenário das eleições 2022. Como acontece em todo o mundo, cresce de forma constante no país o consumo de notícias por meio de plataformas digitais, tanto via versões online de publicações tradicionais como por meio de perfis dessas mesmas publicações em redes sociais, além de sites independentes.

Esse conjunto de atores do ambiente digital tem mostrado influência crescente na decisão de voto dos brasileiros, especialmente devido à facilidade com que seus conteúdos podem ser multiplicados.

Do total dos aspirantes aos diferentes cargos eletivos no Brasil em 2022, 45% deles (12.673 candidatos) informaram ao Supremo Tribunal Federal possuir perfis nas redes sociais. Instagram (40% dos candidatos) e Facebook (36%) são as redes preferidas.

Apesar disso, apenas uma fração dos gastos de campanha estão sendo alocados no impulsionamento de conteúdos dos candidatos e criação e hospedagem de sites: menos de 4% dos R$ 220 milhões indicados de prestação de contas parcial recebida pelo TSE relativa às três primeiras semanas da campanha iniciada em agosto. A maior parte dos investimentos tem ido para a chamada campanha tradicional, como inserções em rádio e TV, jingles, material impresso e carros de som.

O estudo “Imprensa na Eleições” agora divulgado pela consultoria Imagem Corporativa focalizou as tendências da cobertura da corrida eleitoral pela imprensa na web e em seus perfis nas redes sociais, bem como a ótica dos brasileiros no consumo desse tipo de notícia. Em outras palavras é um trabalho que tenta não apenas focalizar o momento atual mas entender o potencial de expansão da fronteira digital em nosso mercado.

Confira os principais destaques do estudo:

  • O estudo evidencia o grande alcance e impacto do noticiário online e social. No Facebook, os posts publicados sobre eleições com menções aos presidenciáveis, foram vistos mais de 115 milhões de vezes na rede e geraram quase 28 milhões de interações somente nessa rede social.
  • Fica clara a importância da rodada de sabatinas e debates promovidos pela imprensa para o público. Em apenas duas semanas desde que foi iniciado esse processo, as notícias publicadas por 50 websites auditados pelo IVC geraram um alcance de mais de 6,5 milhões de pessoas e 21 milhões de impressões.
  • O noticiário de maior impacto, porém, é concentrado em poucos veículos. No caso da imprensa social, no Facebook, apenas 20 perfis dos 220 analisados foram responsáveis por 72% do volume de posts publicados e 83% do engajamento gerado. No caso das notícias auditadas pelo IVC, somente 8 veículos dos 50 analisados responderam por 68% do alcance e 51% do impacto gerado pelas notícias contendo “eleições” nos títulos.
  • Quando se analisa o conteúdo publicado pela imprensa online e social, tanto pela preferência na cobertura quanto pelo alcance, impacto e engajamento gerados, fica clara a maior visibilidade dos candidatos à Presidência que lideram as pesquisas de opinião, seguindo mais ou menos a ordem do ranking eleitoral – à exceção de Jair Bolsonaro, que lidera a cobertura devido a uma visibilidade ampliada graças aos dois papéis que desempenha, como presidente e como candidato.
  • Na análise dos veículos que dão maior visibilidade ou engajamento para cada candidato, a lista dos top veículos muda de acordo com o nome, aparecendo no ranking mídias com cobertura mais polarizada, a exemplo de Record e Antagonista para candidatos de centro-direita para direita, e Diário do Centro do Mundo e CartaCapital para candidatos de centro-esquerda para esquerda. Veículos como UOL, CNN e JovemPan lideram o volume de cobertura para grande parte dos candidatos – sem considerar nesta análise a polaridade de sentimento da cobertura.

Acesse o estudo completo aqui.

Metodologia

A análise realizada pela Imagem Corporativa foi dividida em duas partes: a primeira com base em dados dos perfis dos principais veículos de imprensa mapeados no Facebook, e a segunda analisou dados auditados pelo IVC em 50 portais on-line de notícias.

A primeira parte foi feita com base em 220 perfis de veículos de imprensa no Facebook, em que buscamos compreender quais deles geram maior engajamento do público ao tratar dos presidenciáveis, como levam esse noticiário para as redes e como retratam cada candidato ao pleito.

A segunda parte do estudo foi feita com base em dados dos 50 portais de notícias voluntariamente auditados pelo Instituto Verificador de Comunicação (IVC) nas duas semanas a partir de 21 de agosto de 2022, quando foram iniciadas as sabatinas e os debates presidenciais.

O que procura?