Realizar um evento durante a COP30 é mais do que uma oportunidade de visibilidade. É a chance de conectar-se com os principais atores do cenário climático global e deixar um legado que vá além da conferência. No entanto, para que isso aconteça de forma genuína, é preciso planejamento, bons contatos e uma estratégia que considere os desafios e as oportunidades que Belém oferece.
A escolha da cidade como sede da COP30 representa uma mudança simbólica na forma como os debates climáticos são organizados. Pela primeira vez, a principal cúpula do clima da ONU será realizada na Amazônia, um território crucial para o futuro do planeta. Mas essa oportunidade vem acompanhada de desafios logísticos e estruturais que não podem ser ignorados. Para empresas e organizações que querem se destacar, conhecer a realidade local e trabalhar com parceiros estratégicos será essencial para garantir um impacto verdadeiro.
Definir objetivos e alinhar mensagens
Toda ação bem-sucedida começa com um propósito claro. Sua organização busca ampliar conexões, fortalecer a reputação, influenciar políticas ou lançar uma iniciativa sustentável? A mensagem central deve estar alinhada com os valores institucionais e com a agenda climática global para garantir coerência e relevância.
Além disso, o formato do evento precisa ser estratégico. Painéis de discussão, experiências imersivas e encontros fechados com stakeholders geram diferentes impactos e devem ser planejados de acordo com os objetivos definidos.
Se a COP30 é sobre o futuro do planeta, os eventos paralelos também precisam refletir esse compromisso. De acordo com o Programa para Sustentabilidade no Sistema da ONU, eventos presenciais podem representar mais de 70% da pegada de carbono de uma organização, sendo o transporte e os materiais os principais responsáveis.¹ Reduzir esse impacto é possível por meio de ações como:
• Escolher espaços com certificação ambiental;
• Priorizar transporte coletivo e fornecedores locais;
• Utilizar materiais recicláveis na comunicação visual;
• Optar por catering sustentável com ingredientes de baixo impacto ambiental.
Além disso, a presidência da COP30 está comprometida com práticas sustentáveis, como a compensação das emissões de carbono, o uso de energia renovável nas instalações do evento e a promoção de uma economia circular com foco na reciclagem e reutilização de materiais.²
Criar conexões estratégicas
A COP30 não é apenas uma conferência, mas um ecossistema de debates e construção de narrativas. Construir parcerias com ONGs, governos e especialistas fortalece a participação e amplia o alcance das mensagens. Ter apoio de profissionais que conhecem a região e seus desafios também pode fazer a diferença para evitar contratempos e maximizar o impacto.
Transformar presença em impacto real
O desafio é ir além da presença e garantir ações tangíveis, como:
- Participação ativa em debates e painéis;
- Experiências interativas e educativas;
- Uso de tecnologia para ampliar engajamento;
- Apoio a iniciativas locais alinhadas à pauta ambiental.
Ações superficiais e desconectadas da realidade local devem ser evitadas. O engajamento precisa ser autêntico e alinhado a compromissos reais da organização.
Garantir continuidade e legado
O impacto da COP30 não pode se encerrar com o evento. Para que a participação tenha valor duradouro, é essencial:
- Prestar contas sobre compromissos assumidos;
- Compartilhar aprendizados com stakeholders;
- Manter as iniciativas iniciadas, garantindo que o evento seja um ponto de partida para novas soluções.
¹ United Nations Environment Programme (UNEP). Greening the Blue Report 2023: The UN System’s Environmental Footprint and Efforts to Reduce It. ² COP30 FAQ. What sustainability measures will COP30 implement? Disponível em: https://cop30.br/pt-br/sobre-a-cop30/perguntas-mais-frequentes