Com a pandemia, o e-commerce cresceu ainda mais e de forma mais consistente no Brasil. Isso fica evidente nos dados do Webshoppers, relatório elaborado pela NielsenIQ|Ebit em parceria com a Bexs Pay. Segundo o levantamento, as vendas do e-commerce no Brasil em 2021 cresceram 27% na comparação com 2020, chegando a R$ 182,7 bilhões. Resultado impulsionado pelo forte desempenho das categorias de alimentos e bebidas e produtos de giro rápido (FMCG, na sigla em inglês).
“O e-commerce atinge uma marca expressiva de vendas, resultado direto da maior penetração em todo o país e da opção do brasileiro pela facilidade da compra pelo ambiente digital”, afirmou Marcelo Osanai, head de e-commerce da NielsenIQ|Ebit.
Ele destaca ainda que, cada vez mais, o consumidor tem usado a internet para a compra de alimentos, bebidas, produtos de higiene pessoal, os produtos de alta rotatividade comercial.
Além de um volume de vendas maior, o Webshoppers mostrar que a tendência de alta no número de novos consumidores se mantém: foram 12,9 milhões de brasileiros que compraram pela primeira vez online no ano passado, elevando o total para 87,7 milhões de compradores online. O ticket médio geral das vendas ficou em R$ 441, 4% maior que em 2020. Já os novos entrantes gastaram um valor médio levemente superior, R$ 454 reais.
Sites internacionais em altas
Em 2021, nem mesmo o dólar alto impediu que os consumidores online fizessem compras em sites internacionais. Segundo a pesquisa Webshoppers, as chamadas compras cross-border – transações internacionais — movimentaram R$ 36,2 bilhões no ano passado, uma alta de 60% contra o aumento de 32% do e-commerce geral (que inclui as compras no mercado nacional). O segmento agora representa 17% do faturamento geral e parte desse crescimento pode ser explicado por uma maior integração de métodos de pagamento locais em e-commerces estrangeiros.
De acordo com o levantamento da NielsenIQ|Ebit e Bexs Pay, 68% das pessoas adquiriram produtos importados no último ano e 71% pretendem continuar comprando em 2022. Para mais da metade dos consumidores (63%), o maior atrativo são os preços mais baixos.
Alimentos ganham a preferência de compra no online
Sempre associado a eletrônicos e a moda, o e-commerce de alimentos caiu no gosto dos consumidores. O volume de pedidos da categoria de Alimentos e Bebidas em 2021 cresceu 107% na comparação com 2020, mas ela representa apenas 2% do faturamento de vendas online no país. Isso acontece porque os produtos deste segmento têm preços médios bem menores do que outras categorias.
O principal motor do volume de vendas ainda são as categorias de Eletrodomésticos (21%), Telefonia (20%), Casa e Decoração (11%) e Informática (10%).
Vendas por celular cresceram 32%
Como o consumidor está mais conectado e com o dispositivo móvel à mão, a importância do mobile cresceu. Dispositivos móveis intensificam presença no e-commerce em 2021, totalizando 59% de todos os pedidos, ou 239,6 milhões do total. Das vendas, 53% ocorreram através desses dispositivos, ou R$95,4 bilhões, alta de 32% em relação a 2020.
“No ano passado, o celular se tornou o principal meio de compras do brasileiro. Com o celular na mão é muito simples fazer compras de supermercado, medicamentos, roupas, artigos de casa e decoração, por exemplo”, citou o executivo da NielsenIQ|Ebit.
As empresas também estão oferecendo mais facilidade para os usuários, tanto que o frete grátis é uma ferramenta potente de atração. O Webshoppers 45 indica que o número de pedidos sem custo de envio aumentou em 10 pontos, chegando a 47% do total de 2021.
O recorte por regiões mostra a consolidação do movimento que se iniciou em 2020: a importância das vendas em todas as regiões do país. Apesar disso, o Sudeste continua como a região com maior participação: 63% do total das vendas online do país, alta de 21% em relação a 2020. Em seguida o Sul (15%), com expansão de 29% no volume de vendas sobre o ano anterior. O Nordeste aparece em terceiro em importância regional (12%), aumento de 23%, o Centro-Oeste responde por 7% das vendas online no país, expansão de 27%. O Norte registrou o maior aumento na comparação com 2021, alta de 31% nas vendas, mas a região representa ao todo 3% das vendas eletrônicas brasileiras.