O aumento expressivo dos preços de roupas, calçados e acessórios impulsiona o mercado de segunda mão no Brasil

Vida de Empresa - Cenários 17 de agosto de 2022
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O movimento de consumo consciente tem ganhado espaço em todo mundo, cresce o número de pessoas que buscam cuidar, reparar e reutilizar roupas, aponta relatório recente da WGSN, consultoria internacional especializada em identificar tendências. E a alta dos preços de roupas, acessórios e calçados no Brasil intensifica esta tendência, que ganha, além do lado sustentável, um apelo econômico.

Isso significa que há um grande contingente de indivíduos querendo economizar dinheiro e, consequentemente, preferindo reaproveitar seus pertences e recorrer a mercados de segunda mão. Segundo o Instituto de Economia Gastão Vidigal da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), em 2022, o volume de vendas dos brechós deve crescer 29,6% e a estimativa é que o mercado de roupas usadas pode ultrapassar o varejo de moda em 2024 e ultrapassando o valor do setor de fast fashion até 2030.

De olho nesse movimento, marcas de peso da moda brasileira tem lançado suas próprias plataformas de artigos de segunda mão e até mesmo firmado parcerias. Caso da TROC, plataforma de second hand do grupo Arezzo&Co, que acaba de se juntar à PatBo. Para ampliar o ciclo de vida útil dos produtos, a ação garante às consumidoras da PatBo uma sacola retornável criada pela plataforma de peças de segunda mão, a TROC Bag.

O objetivo é, com isso, incentivar as clientes a se desapegarem de roupas que estão paradas no guarda-roupas, dando uma nova vida às peças que seriam descartadas e estimulando a moda circular. Para dar mais um incentivo, as clientes ainda terão um benefício: aquelas que realizarem seus desapegos na TROC, ganharão 10% em sua próxima compra em qualquer loja física e também no site da PatBO.

No segmento, redes de franquias de artigos de segunda mão ganham espaço, principalmente na área infantil. Casos das redes Peça Rara (faturamento de R$ 37 milhões), Cresci Perdi (200 unidades pelo país), Arena Baby Brechó e Outlet Infantil, para citar alguns exemplos. Os irmãos fundadores da Arena Baby Brechó e Outlet Infantil, Giovanna Domiciano e Flávio Thenório adaptaram este modelo bastante difundido nos EUA para poderem utilizá-lo no Brasil, focando como público-alvo bebês e crianças. O formato de compra na rede é simples: os clientes levam produtos que não são mais utilizados por seus filhos ou parentes e geram créditos em dinheiro para compra de outros produtos novos ou seminovos da loja.

De acordo com os proprietários da rede, no primeiro semestre deste ano, houve um crescimento de 30% no movimento de suas unidades. “Cerca de 70% das unidades já estão faturando igual – ou acima do normal – se comparado ao período pré-Covid. Uma das grandes vantagens do nosso modelo de negócio é a regularidade de resultados durante o ano inteiro”, pontua Flávio.

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