Um levantamento da plataforma Windward, especializada em transporte marítimo, mostra que um em cada cinco navios porta-contêineres em todo o mundo está parado do lado de um porto congestionado, sendo que 24,3% deles estão na China. A falta de contêineres no mercado marítimo continua sendo um desafio para grandes empresas na importação e exportação de produtos. Uma realidade que impacta toda a cadeia de comércio do mundo.
Algumas empresas, como é o caso da Asia Shipping, multinacional brasileira focada em agenciamento de cargas, buscam alternativas para tentar amenizar esse cenário. A multinacional optou por usar em parte de suas operações contêineres do tipo NOR, equipamentos usados em cargas refrigeradas, porém com o motor desligado. Neste cenário desafiador, a empresa entendeu que era preciso buscar soluções para manter o atendimento aos seus clientes do mercado de importação e exportação de mercadorias.
“Com o aquecimento do mercado de carne, o reefer passou a ser bem utilizado no Brasil. Por isso passamos a utilizar o NOR com outros clientes com o intuito de reduzir prazos e inventários de equipamentos na hora de importar. Com este novo serviço, conseguimos atender uma gama de setores como o automotivo, têxtil e eletroeletrônicos, explica Rafael Dantas, diretor comercial da Asia Shipping.
O problema da escassez de contêineres já vem de algum tempo e se agravou com a pandemia de Covid-19. Os equipamentos que antes tinham alta rotatividade ao longo de um ano, acabaram reduzindo o volume de viagens e isso prejudicou mercados como o brasileiro.
“Com esses novos tipos de abordagem, como a utilização de contêineres NOR, garantimos mais eficiência, assertividade e sinergia entre as equipes. Com a visibilidade da importação e exportação, conseguimos entender melhor a necessidade tanto do armador quanto do importador e oferecer sempre a solução mais adequada mesmo em momentos difíceis”, comenta Dantas.
Com a projeção de que a falta de contêineres persista até 2023, a corrida por meios alternativos vem aumentando. A DHL Global Forwarding optou por usar navios break bulk, aqueles usados para mercadorias a granel e cargas de projeto. A aposta da empresa para atender aos seus clientes visa dar agilidade aos processos e atender a demanda. Outra alternativa levantada pela empresa é o uso de transporte híbrido, que combina modais logísticos. Desta forma a carga segue até um ponto e é transferida para outro equipamento para que siga até o destino final.
A Agência Nacional de Transporte Aquaviário (Antaq), vem indicando a necessidade de maior acompanhamento das programações e rotas dos navios. A agência acredita que parte do problema ocorre porque navios têm pulado paradas em alguns portos para cumprir prazos.