Pesquisa mostra maior otimismo de executivos do país com a economia externa do que com a do Brasil

Vida de Empresa - Cenários 02 de março de 2022
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O estudo anual global sobre as perspectivas de executivos da PwC, mostrou neste ano que 77% dos líderes brasileiros e globais acreditam que o crescimento econômico global vai se acelerar nos próximos 12 meses. De acordo com a pesquisa, no Brasil, houve queda no indicador em relação ao ano anterior (85%), enquanto esse percentual ficou estável no mundo. Os dados mostram que os CEOs no Brasil e no mundo seguem bastante otimistas em relação às perspectivas econômicas globais de curto prazo.

No Brasil, os executivos estão mais pessimistas em relação ao crescimento da economia do país do que ao da global. Por outro lado, os brasileiros ouvidos pelo estudo estão mais otimistas do que a média global quanto ao crescimento da receita de suas empresas.

A pesquisa revela ainda que a instabilidade macroeconômica e a desigualdade social preocupam mais no Brasil do que no resto do mundo, que teme principalmente os riscos cibernéticos e os relacionados à saúde da população.  

Segundo as informações do estudo, a maioria dos CEOs no Brasil e no mundo tem metas relacionadas à satisfação do cliente, engajamento de funcionários e automação ou digitalização incluídas em suas estratégias de longo prazo. Esses resultados não financeiros estão vinculados ao desempenho dos negócios. 

Já as metas relacionadas às emissões de gases do efeito estufa (GEE), à representação de gênero ou à diversidade racial e étnica estão muito menos representadas nas estratégias e na remuneração variável: 13% ou menos dos CEOs no Brasil e no mundo têm essas metas presentes em seu bônus anual ou plano de incentivos, em comparação com um percentual que varia entre 23% e 42% para a estratégia de longo prazo. 

A situação é diferente para setores nos quais as mudanças climáticas representam uma ameaça existencial mais direta. Por exemplo, 30% dos CEOs do setor de energia têm metas de emissões de GEE vinculadas à sua remuneração pessoal. Em contraste, esse percentual é de apenas 9% no setor de saúde e de 8% na indústria de tecnologia, mídia e telecomunicações.

Ou seja, apesar do crescente interesse pelos temas ESG, as estratégias das empresas ainda são influenciadas principalmente por métricas de negócios não condicionadas às questões ambientais e sociais. Empresas que assumiram compromissos de descarbonização mais ambiciosos tendem a incluir metas de redução de emissões de gases do efeito estufa em suas estratégias corporativas e nos planos de remuneração variável dos CEOs. 

No Brasil, 27% dos CEOs afirmam que suas empresas assumiram compromissos Net Zero, no mundo esse percentual cai para  22%. O principal fator de influência por trás dos compromissos Net Zero é atenuar os riscos das mudanças climáticas. No Brasil, ele aparece à frente da necessidade de estimular inovações, de satisfazer as exigências dos investidores e atender às expectativas dos consumidores. No mundo, o segundo fator é atender às expectativas dos consumidores.

Vale destacar que a pesquisa mostra as empresas com fortes compromissos de descarbonização geralmente incorporam metas à estratégia, com as metas de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) mais presentes na estratégia corporativa do que no bônus pessoal ou em planos de incentivos de longo prazo.

Em relação às maiores preocupações para 2022, o estudo da PwC revela que os riscos cibernéticos são a principal ameaça no mundo e a segunda no Brasil, onde a instabilidade macroeconômica tem o maior peso. A desigualdade social também preocupa muito mais o Brasil do que o restante do mundo.

A PwC ouviu mais de 4.400 executivos, em 89 países, com uma participação expressiva de líderes do Brasil. Os números globais e regionais deste relatório são ponderados de acordo com o PIB dos países para garantir que as opiniões dos CEOs sejam representadas de maneira equilibrada em todas as principais regiões.

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