O retorno dos consumidores às lojas físicas, as compras online e a retomada das viagens são alguns dos sinais para que 82% dos líderes brasileiros da indústria de consumo estejam otimistas em relação ao cenário econômico internacional nos próximos 12 meses, de acordo com dados revelados pela 25ª edição da Pesquisa Anual Global com CEOs da PwC , que ouviu mais de 4.400 executivos, em 89 países, com uma participação expressiva de líderes do Brasil.
O nível de otimismo é bem superior à média global (77%). No Brasil, 5% dos executivos que participaram da pesquisa acreditam que 2022 será de estabilidade econômica internacional e 13% projetam uma desaceleração. Já em relação ao PIB do Brasil, os CEOs do setor também estão otimistas. 63% avaliam que a economia do país vai acelerar, outros 26% veem uma desaceleração a caminho, enquanto 11% disseram que haverá estabilidade.
Sobre a expectativa de crescimento de receita das suas empresas nos próximos 12 meses, o pensamento positivo é semelhante. 68% projetam um aumento de receitas, volume também superior ao mundo (56%).
“Os próximos anos devem ser de recuperação da economia e do consumo tanto no Brasil quanto no mundo. Após dois anos de pandemia e isolamento social, as pessoas estão ávidas por consumir mais produtos e serviços, de preferência fora de casa. A pesquisa mostra que essa é a expectativa da indústria”, avalia Carlos Coutinho, sócio da PwC Brasil.
Considerando os próximos três anos, a confiança é ainda maior, 74% dos executivos brasileiros acreditam em aumento das receitas das suas companhias. De acordo com a pesquisa, Estados Unidos e China são os dois países mais importantes para o crescimento das receitas no próximo ano.
A CEO Survey também revelou que a instabilidade macroeconômica (66%), os riscos cibernéticos (47%) e as mudanças climáticas (39%) estão entre as principais preocupações globais dos CEOs brasileiros do setor, que podem afetar negativamente as empresas no próximo ano.
Sobre os impactos, os líderes do setor citaram principalmente que a instabilidade econômica pode afetar as vendas (81%) e o desenvolvimento de produtos e serviços (42%), levantar capital (39%), atrair e reter talentos (39%) e a inovação (39%).
De acordo com a pesquisa, as empresas do setor de consumo estão à frente da média do Brasil quando o assunto é compromisso NetZero e carbono neutro. 34% dos executivos de consumo brasileiros afirmaram ter algum compromisso Net Zero e 45% se comprometeram com metas carbono neutro. No Brasil, esses números são de 27% e 31%, respectivamente.
Um dado interessante obtido com o estudo é o envolvimento de empresas do setor em operações de aquisições e novos projetos. Esta movimentação na indústria de consumo foi maior que a média brasileira em um ano em que as fusões e aquisições batem recordes históricos no país. Ao responder sobre o envolvimento mais de quatro vezes por ano, 24% das empresas brasileiras do setor de consumo investem em novos projetos, contra 23% na média do Brasil. Já 11% delas disseram fazer aquisições de empresas.
Em relação ao comportamento do consumidor, as pessoas que compram produtos e serviços com mais frequência costumam na sua maioria recomendar para amigos e familiares (37%), fazem uma avaliação positiva de que os produtos superaram as expectativas (29%) e escolhem os produtos por causa dos valores da empresa (21%).
Questionados sobre quais aspectos definem as estratégias corporativas a longo prazo e os bônus anuais, tanto executivos do setor quanto na avaliação global, as métricas de satisfação do cliente, de engajamento dos empregados e de automação e digitalização se destacaram em relação aos indicadores sociais e ambientais, como representação de gênero e raça, e metas de emissões de gases do efeito estufa. Nesse quesito, as métricas de automação e digitalização se mostraram tão importantes quanto a satisfação do cliente na estratégia de longo prazo das empresas do setor, ambas com 61%.