Transformação digital da economia pode injetar até R$ 1,12 trilhão no PIB brasileiro

Vida de Empresa - Inovação 13 de dezembro de 2022
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Estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em parceria com o Movimento Brasil Competitivo (MBC), mostra que a digitalização econômica do Brasil pode representar o ingresso que R$ 1,12 trilhão no PIB do Brasil. A  pesquisa “Transformação digital, produtividade e crescimento econômico”, detalha os impactos positivos agregados ao alto potencial da transformação digital, que leva ao ganho de produtividade e crescimento econômico. Para isso, o estudo propõe a elaboração de uma agenda nacional estratégica para criar condições para potencializar a digitalização em diversos segmentos empresariais e econômicos.

Segundo o levantamento, nos últimos cinco anos, a oferta digital brasileira cresceu em média 5,7%, enquanto o mercado norte-americano cresceu 7,1%. A partir da ampliação da oferta digital no Brasil nos mesmos patamares da economia dos Estados Unidos, a maior digitalização dos setores seria capaz de gerar um aumento de R$ 422,7 bilhões na economia brasileira. Traçando uma meta mais desafiadora, caso a oferta digital brasileira alcançasse o patamar atual de representatividade da economia norte americana, calculado em 10,2% em 2020, o Brasil teria um incremento de R$ 1,12 trilhão na economia.

A pesquisa mostra também os impactos da transformação digital no mercado de trabalho, o crescimento do empregos digitais é de 4,9% nos últimos cinco anos na comparação com outras áreas. A performance em alta indica a capacidade de resiliência frente a mudanças socioeconômicas e crises. Além disso, o estudo mostrou que as ocupações digitais têm remuneração acima da média e sua produtividade de trabalho é superior em relação às demais atividades.

“É um estudo que contribui significativamente com as organizações públicas e corporações privadas e que ajuda a nortear investimentos nesta agenda para assegurar ganhos competitivos nos mais diversos setores, ajudando o Brasil a dar importantes passos para ser um mercado mais competitivo globalmente”, explica Tatiana Ribeiro, diretora executiva do Movimento Brasil Competitivo.

A mão de obra especializada é um dos gargalos para o setor de tecnologia no Brasil. Os dados levantamentos indicam a necessidade de estratégias dos setores produtivo e do governo para buscar soluções para enfrentar o problema de escassez de profissionais. Outros aspecto destacado é a necessidade de regulação para infraestrutura e segurança digital, além da necessidade de segurança jurídica para os investidores.

O diagnóstico realizado apontou questões fundamentais para o avanço da transformação digital no país. O estudo apresenta uma agenda de propostas para acelerar a digitalização da economia no Brasil e capturar o crescimento potencial mapeado. A agenda foi organizada em sete eixos: infraestrutura, educação e qualificação profissional, geração de conhecimento, acesso a bens e serviços que fomentem a digitalização, transformação do ambiente de negócios e confiança, e segurança cibernética compõem a lista dos seis eixos estruturantes verticais que contarão com indicadores e estratégias para medir seus desempenhos. Já a governança é o eixo transversal que permeia todos os demais.

O retrato da digitalização nos setores da economia

De acordo com um levantamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), apenas 20% das empresas do sistema produtivo do país querem ampliar os investimentos em digitalização. Quando avaliado este índice entre as micro e pequenas empresas, o percentual diminui para 13%, reforçando que ainda há muito para avançar no que diz respeito a processos digitais.

A indústria se destaca como o setor que mais investe em soluções digitais, como Cloud Computing, Data Analytics, Cibersegurança, Automação de Processos, Sistemas de Gestão Integrada sendo que, para este último, 61,2% das empresas afirmam já ter implementado a ferramenta. Outros setores como o de serviços e comércio apresentam resultados semelhantes com uma média de 36,2% das estratégias digitais implantadas. Já a construção civil se mostra o setor que menos amadureceu nas estratégias de digitalização.

O levantamento da ABDI traz ainda, um retrato sobre o processo de digitalização em áreas internas das empresas como produção, vendas, marketing, pós-venda, serviço ao cliente, finanças e cobrança. A indústria e o comércio são os únicos que superam o patamar de 50% de estratégias digitais implementadas – na indústria, o marketing é o setor que se destaca em digitalização para 54,1% e no comércio, vendas ocupa o maior espaço em digitalização para 50,4% das empresas. No setor de serviços e construção civil, a área com maior maturidade digital é finanças e cobrança, atingindo cerca de 48% e 42% das companhias, respectivamente.

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